domingo, 18 de abril de 2010

Primavera Marcelista


No final dos anos 60, inícios dos anos 70, Portugal vivia sob as sombras da Emigração e da Guerra Colonial. O clima era de tensão e de cada vez maior revolta contra o regime.

Em 1968, António de Oliveira Salazar é substituído por Marcello Caetano.

A sua prioridade ao chegar ao poder é iniciar uma descompressão política, dando uma maior abertura ao regime. Esta abertura seria uma verdadeira fachada, não servia para mais nada senão mostrar à Europa que Portugal vivia ideais de mudança. Mas, na realidade, tudo se mantinha.

Apesar de ter grandes ideias, o substituto de Salazar não as viria a pôr realmente, e na totalidade, em prática. Quanto à educação, Marcello Caetano idealizava a democratização do ensino; quanto à economia, germinava ideais de uma política desenvolvimentalista e pró-europeia; e no plano legislativo, revia uma nova legislação sindical, com maior liberdade.

Como iniciou, afinal, esse processo de descompressão política?
  • Tornou possível o regresso dos politicamente moderados a Portugal ( Mário Soares, Bispo do Porto, etc).
  • Moderou os poderes da PIDE, que passava agora a ser a DGS (Direcção Geral de Segurança)
  • No plano colonial, encontrou diferentes justificações para a continuação da Guerra, substituindo o cumprimento da "missão histórica" idealizada por Salazar pela necessidade de defender os povos brancos em África (forma de iludir a ONU para que a Guerra Colonial não findasse).

Esta aparente abertura por Marcello Caetano trará novas etapas a Portugal.

Em 1969 são permitidas eleições. Caetano espera, do povo português, a legitimização da sua política de liberalização e o apoio na continuidade da Guerra.

Surgem dois novos candidatos de ideais democráticos: a CDE - Comissão Democrática e a ASP - Associação Socialista de Portugal. Ao ver que os novos partidos pederiam alterar drasticamente o país, Marcello Caetano faz parar a corrida das eleições. Tudo passou a ser novamente controlado e alguns candidatos foram agredidos pela polícia. No fundo, as eleições não foram livres porque o medo que a oposição saísse vencedora era demasiado grande.

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