domingo, 25 de outubro de 2009

A Conferência de Paz de Janeiro de 1919

Um dos acontecimentos mais conhecidos das primeiras décadas do século XX é a Primeira Guerra Mundial. Este conflito que destruíu o mundo durou desde 1914 a 1918 e veio pôr um ponto final à longa temporada da hegemonia Europeia. Em 1918, a Europa, palco desta guerra infelizmente não teatral, estava completamente arrasada em todos os sentidos: política, demográfica e economicamente. Havia então uma necessidade extrema de se tentar estabelecer a organização e a paz.
A Conferência de Paz teve início em Paris, Janeiro de 1919. Servindo de base às negociações estava o documento apresentado pelo Presidente Wilson, dos Estados Unidos da América: os 14 pontos do Presidente Wilson. O que vinha defender então este importante documento? De forma global, defendia:
  • a prática de uma democracia transparente, ou seja, todas as negociações internacionais deviam ser feitas com o conhecimento de todas as nações envolvidas;
  • a liberdade de navegação e de trocas, de modo a promover um comércio liberal que, consequentemente, facilitaria uma economia em ascensão;
  • a redução dos armamentos, de modo a evitar o risco de uma nova guerra;
  • o respeito para com as nacionalidades e a criação de uma liga das nações, um organismo que assegurasse a paz e a segurança internacional.

Há que notar, no entanto, um importante facto: é que, apesar de ter tido grande importância para a Conferência de Paz, este célebre documento do Presidente americano revelou-se um pouco contraditório ou, pelo menos, as boas intenções foram em vão. É que a concretização desta Conferência de Paz em Paris foi como o rasurar do primeiro dos 14 pontos (que defendia a prática de uma democracia transparente), porque apenas nela participaram os países vencidos, não tendo sido convidada a Alemanha a negociar o seu próprio futuro. Citando as palavras de André François Poncet, os vencedores impuseram à Alemanha, sob ameaça de invasão, uma paz não livremente negociada, mas ditada.

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